segunda-feira, 18 de junho de 2012
Utopias…
Não podemos ser todos iguais dizem-me á boca cheia,
diferenças têm de existir, a inteligência superior ou a responsabilidade maior
de uns em relação aos outros precisam de reconhecimento monetário compensatório,
senão como nos desenvolveríamos, os propensos ao ócio contaminariam os
restantes, que sabendo de antemão que não iram ser compensados não usariam o
máximo das suas habilitações. Será assim tão anedótico acreditar, que as
probabilidades de os menos capazes ao verem os mais dotados fazerem mais pelo
mesmo passassem a aplicar-se com mais afinco, são as mesmas? Seria sempre um
investimento a longo prazo, no mínimo três gerações para cada uma das etapas: a
implementação da ideia; a exequibilidade da mesma com ajustes no terreno e
anotações de falhas incorrigíveis; e a sua consolidação que passaria por testar
a boa apreensão dos novos contornos à medida que iam sendo erradicados por
completo todos os vestígios do modelo anterior. Sendo cumprido, respeitado
pelos que nunca viveriam para dele usufruírem e desfrutado pelos que sem
qualquer esforço o herdariam, o plano poderia equilibrar de facto as possibilidades
retirando o excesso de recursos aos que os possuem, redistribuindo-os. Dessa
forma assistiríamos a um florescer incomportável pelo espaço que nos alberga, pode
ser a razão esgrimida pelos opositores da praxe, mas esse argumento acaba por
ser um insulto a esse mesmo espaço, que já deu provas suficientes de que tem
uma governanta á altura capaz de repor a ordem se necessário. Desastres
naturais, vírus mortais e indomáveis ou malformações genéticas, situações
indesejáveis mas necessárias e a que todos nos sujeitaríamos por igual, a
natureza por sua conta e risco estabeleceria as diferenças entre nós
controlando a nossa proliferação, derrubando as barreiras económicas por nós
criadas e fazendo valer as suas. Será que algum dia o ser humano evoluirá até ao
ponto de assumir um compromisso tão abnegado?
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