segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Conversas de ocasião


Terminas uma frase, daquelas já feitas e que podiam perfeitamente ser vendidas num supermercado, e lá ficas a espera, que mais um comentário surja, um desabafo, para que por mais uns segundos evites aquela sensação estranha de desconforto pois não conheces e não sabes de todo o que poderás ter em comum com a pessoa, que contigo espera numa fila de supermercado, num consultório, ou nas urgências dum hospital. Se ficas introspectivo ou finges ler qualquer coisa, (cartaz, telemóvel, …) e a pessoa que tens por perto até é das que como tu, dá mais valor ao silêncio do que às conversas de ocasião que não são mais que ruído e desperdício de saliva, o cenário até resulta, mas podes também ter encontrado alguém que te vai considerar mal-educado por não dizeres sequer bom dia. E porque vais tu ser hipócrita e desejar bom dia a quem não te diz nada? O rumo que o dia dela vai tomar é-te completamente indiferente! E por outro lado afinal que custa dizer bom dia e ser um bocado hipócrita se te é igual, até pode ser que deixes alguém bem-disposto! Em primeiro lugar porque a tal pessoa pode ser como tu e decidir que não vai sequer responder porque simplesmente não quer saber, aí vais tu ficar a julga-la mal-educada quando ela está apenas a ser coerente com a sua forma de pensar. Depois porque pode-te sair uma daquelas pessoas, que depois de um bom dia acham-se os teus melhores amigos e põem te ao corrente do aspecto dos seus filhos, netos e as vezes até dos seus animais de estimação. Parecem-me á partida razões mais que suficientes para não o fazer.     

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